Por Roberto Arrais
Em sua terra natal, Gregório foi
homenageado por cerca de mil pessoas que compareceram à comemoração dos
112 anos de sua data de nascimento. O evento teve a coordenação do
Prefeito de Panelas, Sérgio Miranda, que destacou a importância daquela
homenagem a um dos mais ilustres heróis do povo brasileiro, que foi o
bravo panelense Gregório Bezerra.
Seu filho Jurandir Bezerra também falou
nas homenagens feitas ao seu pai, Gregório. Disse Ele: "Me sinto muito
feliz e gratificado pelo reconhecimento feito pelo Município de Panelas,
através de seu povo, de seu prefeito e especialmente pela juventude,
que precisa conhecer mais profundamente a história do Brasil, que tem na
figura do meu pai, um dos mais honrados brasileiros, que lutou durante
toda a sua vida pelos trabalhadores do campo e da cidade".
Depois foi realizada palestra sobre a
vida de Gregório, feita pelo camarada do PCB de Pernambuco e companheiro
e assessor de Gregório desde sua volta do exílio até seu falecimento,
Roberto Arrais. Destacou ele. a difícil infância de Gregório, "quando
começou a trabalhar aos 5 anos de idade nas roças e no corte de cana,
ajudando seus pais e irmãos". Depois falou sobre as prisões,"com a
primeira delas em 1917, quando como ajudante de pedreiro participou de
greves e movimentos de rua, e num dos embates com a polícia, foi preso e
passou cerca de 5 anos encarcerado". Depois foi para o exército, com
"25 anos de idade começou a ler e escrever, fez curso de sargento e
depois de instrutor de educação física, passando em todos eles com
destaque. Em 1930 entra no PCB, em 1935 participa do movimento da
Aliança Nacional Libertadora (ANL), por Pão, Terra e Liberdade. Fica
preso de 1935 a 1945, é anistiado, se elege deputado federal pelo PCB
legalizado, participa da bancada comunista que marcou uma das mais
destacadas páginas da história brasileira e do Congresso Nacional, pela
bravura, pela participação ativa e revolucionária nos debates e
propostas construídas, pela prestação de contas feitas nas praças
públicas sobre a condução dos mandatos".
No final, foram destacados os tempos de
clandestinidade, o golpe de 1964, as torturas sofridas pelas ruas de
Recife, sua prisão e condenação por ser um dos principais organizadores
dos sindicatos de trabalhadores rurais e do PCB, a saída de Gregório da
prisão em 1969, em troca do embaixador americano, o exílio de 10 anos em
Moscou e sua volta, candidatura a deputado federal e seu falecimento em
novembro de 1983.
No encerramento foi lido de forma
emocionada trecho do poema feito pelo poeta Ferreira Gullar, denominado
de "História de Um Valente", que destaca o seguinte:"Mais existe nesta
terra / muito homem de valor / que é bravo sem matar gente / mas não
teme matador / que gosta de sua gente / e luta a seu favor / como
Gregório Bezerra / feito de ferro e de flor". Depois se falou sobre a
obra reeditada pela Editora Boitempo, o livro de Memórias de Gregório,
escrito pelo mesmo na prisão e no exílio, e na nova edição, acrescentada
por fotos e poemas, e, textos sobre o autor.
Foi feito o lançamento, alguns livros
foram entregues pela Prefeitura a algumas figuras ilustres e foi
informado que a Prefeitura de Panelas adquiriu 150 exemplares para
colocar em todas as bibliotecas, escolas e para alguns professores, no
sentido de resgatar e fortalecer para as presentes e futuras gerações, o
exemplo vitorioso de grande herói do povo brasileiro.
No encerramento, foram feitas homenagens
aos familiares de Gregório e de sua esposa que também era filha do
Município de Panelas, entregando um brinde ao seu sobrinho João Bezerra,
que hoje tem 93 anos de idade, foi feito leitura de poema escrito por
uma criança de 11 anos de idade e foi destacado um grito de
encerramento: "Gregório Bezerra! Presente!".
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